PAÍSES TENTAM ACHAR SAÍDA PARA PROTOCOLO DE KYOTO NA COP-16

30 noviembre 2010

Fuente: Tomado de la Selección de Noticias del MRE de Brasil/O Estado de Sao Paulo

Cancún, 30 de novembro- O governo brasileiro admitiu que os quase 200 países reunidos em Cancun para a Conferência do Clima da ONU (COP-16) já pensam em “remédios jurídicos” para o intervalo (ou “gap”) no Protocolo de Kyoto.

O primeiro período do trata-do, que estabelece metas para os países cortarem suas emissões de gases-estufa, termina em 2012. E não há consenso sobre a criação de um segundo período de compromisso. Além disso, mesmo que houvesse um acordo, dificilmente haveria tempo hábil de colocá-lo em vigor. No caso de Kyoto, levou-se oito anos para implementá-lo o protocolo foi assinado em 1997, mas passou a valer em 2005.

Ontem, durante a abertura do evento, o Japão se opôs à continuidade de Kyoto. Isso porque os Estados Unidos, maiores emissores históricos, não fazem parte do acordo. A União Européia disse aceitar o protocolo, desde que sejam feitas mudanças. Os europeus consideram o acordo fraco, pois não há obrigação dos países em desenvolvimento, como os grandes poluidores China e Índia, em ter metas em Kyoto. “Kyoto sozinho não vai prevenir as mudanças climáticas perigosas, já que cobre apenas 30% das emissões globais,diz UE.

Para o embaixador brasileiro Luiz Alberto Figueiredo Machado, principal negociador do País na COP-16, a tarefa de continuar Kyoto não é fácil. Segundo ele, como há possibilidade real de ter um intervalo sem compromisso entre os países, uma das ideias é estender as metas atuais do protocolo por um ano ou dois -na média, o objetivo para cada país é reduzir suas emissões em cerca de 5% até 2012, em relação a 1990. Outra saída seria usar os números colocados voluntaria-mente no Acordo de Copenhague, que surgiu na COP-15, e implementá-los provisoriamente. “É uma discussão técnica porque ainda temos de colocar pressão para chegarmos a uma solução real”, afirmou.

Patricia Espinosa, presidente da COP-16 e ministra de Relações Exteriores do México, afirmou que cerca de 25 líderes confirmaram presença no evento, que termina no dia 10. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva cancelou sua ida a Cancún.