SALÁRIOS TIVERAM AJUSTES CAUTELOSOS NA AMÉRICA LATINA
16 diciembre 2010
Fuente: Publicado por la Agencia ANSA, vía Google Noticias
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Santiago do Chile, 16 de dezembro (ANSA)- Os países da América Latina e do Caribe aplicaram "ajustes cautelosos" para o salário mínimo durante a crise econômica global, afirmou o Relatório Mundial Sobre Salários 2010/2011da Organização Internacional do Trabalho (OIT).
Segundo o documento, a queda nas taxas de inflação verificadas durante 2009 em toda a região levou os países a aplicarem ajustes "neutros" ao salário mínimo -igual ou próximo à inflação de 2008-, mas registraram um aumento real do poder aquisitivo em comparação com o período anterior.
As remunerações reais médias da região cresceram 1,2% ao ano entre 2004 e 2007. Em 2008, porém, a aceleração da inflação fez com que alguns países registrassem quedas reais em seus salários, como na Colômbia e no Panamá, ou melhoras pouco significativas, como no Chile.
No mesmo ano, o Brasil realizou um ajuste muito superior, assim como o Chile, a Costa Rica e o Uruguai também aumentaram o salário mínimo acima da inflação em cerca de um a três pontos. Por sua vez, Bolívia, Colômbia e Equador aplicaram ajustes muito similares à inflação do ano anterior.
Já na Venezuela houve um aumento significativamente inferior à inflação de 2008. "O caso da República Bolivariana da Venezuela é diferente, já que a inflação se manteve muito alta e acima do ajuste do salário mínimo", pontuou o documento.
Na Guatemala e no México, os ajustes ficaram levemente abaixo da inflação, mas receberam aumentos durante sua vigência.
No relatório, a OIT destacou o caso de Honduras, onde foi duplicado o valor do salário mínimo em janeiro de 2009.
Tanto a política do salário mínimo como as fórmulas adotadas nas negociações coletivas mostraram preocupação por preservarem o emprego e a sustentabilidade das empresas em um contexto de crise, "estabelecendo desta forma, bases mais sólidas para empreender a recuperação uma vez superada a fase recessiva", afirmou o organismo.
O relatório ainda apontou que os países do sul da região começaram a passar por uma recuperação econômica inclusive do emprego a partir do segundo semestre de 2009 e de forma mais nítida no início de 2010.
"Por meio de uma série de ajustes foi introduzida uma cautela necessária", evitando comprometer "o emprego e os investimentos", apontou o texto. A organização ainda considerou que "estas medidas, em conjunto com uma série de políticas anticíclicas aplicadas ns países da região foram instrumentos para limitar os efeitos da crise no aparato produtivo".
O novo contexto, atesta a OIT, fez com que as negociações salariais recuperassem progressivamente suas características mais habituais. "Pode-se concluir que tanto a política de salário mínimo com a negociação coletiva contribuíram para a manutenção da capacidade de compra dos salários", determina o relatório.