DAVOS: MUNDO EMPRESARIAL CONFIRMA AVANÇO DA AMÉRICA LATINA

28 enero 2011

Fuente: Publicado por la Agencia AFP, vía Google Noticias Brasil

Davos, Suíça, 28 de janeiro (AFP)- A elite empresarial do Fórum Econômico Mundial de Davos constatou nesta quarta-feira o avanço da América Latina na nova ordem mundial, em meio à migração do poder das potências tradicionais do Ocidente para as economias emergentes do Sul e do Leste.

"Esta é a década da América Latina, com o Brasil organizando a Copa do Mundo (de 2014) e os Jogos Olímpicos (2016). E na Ásia, não se trata apenas de Índia e China, mas também de lugares como Paquistão, Bangladesh, Tailândia", disse o diretor-executivo da WPP, o segundo maior grupo de publicidade do mundo, Martin Sorrell, em um dos painéis de debate de Davos.

No mesmo sentido, o presidente do Citibank, William Rhodes, afirmou à AFP estar "otimista" sobre a situação econômica da América Latina, região a qual qualificou "sem dúvidas" como o mercado emergente da década, juntamente à Ásia.

"Em geral sou otimista", afirmou Rhodes em declarações à AFP e à agência mexicana Notimex após um debate sobre América Latina.

Ao ser consultado sobre se esta é a década da região, Rhodes foi enfático: "sim, creio que a América Latina e o Oriente são os mercados emergentes, sem dúvida", completou.

"O que estamos vendo é uma desaceleração no mundo ocidental e o crescimento dos mercados emergentes. É uma mudança completa na balança do poder", assegurou, por sua vez, o presidente da companhia indiana de informática Wipro, Azim Premji.

Entre os empresários latino-americanos, o sentimento é o mesmo, como deixou claro o presidente do grupo argentino Corporación IMPSA, Enrique Pescarmona.

"A América Latina fez as coisas direito e agora as pessoas começam a se dar conta disso. Creio que nós teremos dez anos muito bons na América Latina, os quais temos que aproveitar. E vamos aproveitar", explicou Pescarmona à AFP.

O Fundo Monetário Internacional (FMI) apresentou na terça-feira algumas previsões revisadas para cima do crescimento mundial e para a América Latina em 2011, da qual espera uma expansão de 4,3%, frente a 4% de sua projeção anterior, feita em outubro.

Consciente dessas mudanças, o fundador e presidente do Fórum Econômico Mundial, Klaus Schwab, tinha afirmado antes do início do evento que "um dos fatores mais importantes da nova realidade é o movimento de poder geopolítico e geoeconômico do norte para o sul e de leste a oeste".

"Isso não tem apenas consequências políticas e econômicas. Acredito que o mundo atravessará várias ondas fortes de adaptação", completou Schwab.

A presença crescente de líderes políticos e econômicos, além de empresários, de China, Índia e Brasil confirma essa tendência.

Em meio aos diversos sinais sobre o avanço latino-americano, um estudo divulgado em Davos dos grupos de logística Agility e Transport Intelligence afirma que três países da região -Brasil, México e Chile- estão entre os dez mercados emergentes mais atrativos do mundo para investimentos no setor.

O Brasil ocupa o terceiro lugar nesta lista, atrás de China e Índia, enquanto o México está em sétimo lugar e o Chile em nono, segundo o relatório "Olhando além dos BRIC: novas estrelas do amanhã".