FRANÇA PROPÕE SISTEMA BASEADO EM VÁRIAS MOEDAS

17 febrero 2011

Fuente: Publicado por Diario de Pernambuco, Brasil

París, 17 de fevereiro- A França, que exerce a presidência do G-20, defenderá no sábado, na primeira reunião ministerial do grupo, um "acordo sobre indicadores de resultados econômicos" antes da criação de um sistema monetário "baseado em várias moedas internacionais".

"Propomos uma série de indicadores aos países do G-20, mais amplos que a única medida da balança de pagamentos", e um acordo a esse respeito poderá ocorrer "no final da semana", declarou nesta segunda-feira a ministra francesa das Finanças, Christine Lagarde, em coletiva de imprensa em Paris.

A ministra, que recebe seus colegas na sexta-feira e no sábado na capital francesa, para um encontro dos ministros das Finanças do G-20, recusou-se a dar a lista dos indicadores que serão examinados.

A definição desses indicadores é um passo prévio para a reforma do sistema monetário internacional proposto pela França.

A presidência francesa do G-20 quer apoiar a "transição rumo à internacionalização de novas moedas", explicou Christine Lagarde.

"É preciso sair do sistema monetário internacional atual e avançar para um sistema baseado em várias moedas internacionais", acrescentou a ministra francesa.

Para isso, a França vai propôr reforçar os Direitos Especiais de Giro (DEG) do FMI, integrando o iuan chinês na cesta de moedas que o compõem.

Questionada sobre o eventual receio dos Estados Unidos diante de uma reforma que poderia reduzir o papel do dólar, a ministra declarou-se "convencida de que os Estados Unidos estão interessados" em certos aspectos da dita reforma "para conseguir um melhor equilíbrio entre sua moeda e as demais".

Paris também deseja "reduzir a necessidade do acúmulo de reservas cambiais" dos países emergentes e uma regulamentação melhor dos fluxos de capitais internacionais, com um maior papel de vigilância por parte do Fundo Monetário Internacional (FMI), "inclusive mediante a reforma de seu mandato", apesar de Lagarde admitir que isso dificilmente ocorreria em 2011.