CHANCELER FRANCESA COMEÇA POR SÃO PAULO VISTA AO BRASIL

22 febrero 2011

Fuente: Publicado por O Globo, Brasil

São Paulo, 22 de fevereiro- Em São Paulo nesta segunda-feira, em sua primeira viagem oficial a América Latina, a ministra de Relações Exteriores e Européia da França, Michèle Alliot-Marie, visitou o presidente da Federação das Indústrias de São Paulo (Fiesp), Paulo Skaf, o prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab (DEM), a quem entregou a insígnia de Comendador da Ordem Nacional do Mérito, se encontrou com a comunidade francesae dirigentes de empresas francesas e participou de um encontro com estudantes na Universidade de São Paulo (USP).

Na USP, à tarde, Alliot-Marie conversou com a comunidade acadêmica e científica franco-brasileira e com estudantes franceses que participam de diversos programas de intercâmbio. No encontro, na sala do Conselho Universitário, foi assinado memorando de entendimento entre a USP e a Embaixada da França para a mobilidade internacional e atratividade.

Depois do encontro na USP, a ministra francesa foi para Brasília, onde terá encontro com os ministros da Defesa, Nelson Jobim, e das Relações Exteriores, Antônio Patriota, para uma sessão de trabalho seguida de almoço. Um dos assuntos da pauta dessa reunião será a intenção do governo brasileiro de comprar caças para sua defesa aérea. Os franceses querem vender os caças Rafale ao Brasil.

Michèle Alliot-Marie vem ao Brasil em um momento delicado, no qual corre o risco de perder seu cargo por causa de suas ligações com o ex-presidente da Tunísia, Zine El Abidine Ben Ali. Se depender da opinião pública, a visita de dois dias ao Brasil será a última como chanceler da França. De acordo com pesquisa divulgada nesta segunda-feira pelo jornal francês "Libération", 68% dos franceses perderam a confiança na ministra.

Em outra sondagem publicada no domingo 54% dos entrevistados querem a demissão imediata da chefe da diplomacia, depois das revelações de que em dezembro ela viajou no jatinho de um milionário próximo do ex-presidente Zine El Abidine Ben Ali, enquanto o povo tunisiano se revoltava contra o governo.

Conforme denúncias, os pais da ministra aproveitaram a viagem para fazer transações imobiliárias com o empresário amigo de Ben Ali. Além desse escândalo, a postura pouco clara da diplomacia francesa diante das revoltas populares do mundo árabe afetou, na avaliação da imprensa da França, o presidente Nicolas Sarkozy que tem apenas 30% de popularidade, seu pior desempenho nos últimos quatro anos.