AIE DISCUTIRÁ ESTA SEMANA SE USA ESTOQUES ESTRATÉGICOS DE PETRÓLEO

Riad, 24 de fevereiro- O diretor executivo da Agência Internacional de Energia (AIE), Nobuo Tanaka, disse em entrevista à Dow Jones que o comitê executivo da AIE vai discutir esta semana se deve recorrer aos estoques estratégicos de petróleo se a turbulência política no Oriente Médio continuar. Os membros da AIE ainda não decidiram se e quando seria preciso recorrer aos estoques diante das potenciais perdas da produção da Líbia.

A AIE, que representa os governos das economias desenvolvidas, a Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) e a Arábia Saudita, maior exportador de petróleo da Opep, haviam chegado a um acordo antes da reunião desta terça-feira de que os produtores deveriam utilizar a capacidade de produção extra caso haja interrupção nos fornecimentos da Líbia.

"Acho que temos um acordo bastante bom sobre qual é a situação atual e o que temos de fazer", afirmou Tanaka. "Concordamos que, se qualquer problema na oferta do petróleo ocorrer, então a Opep vai usar sua capacidade ociosa. E, se necessário, usaremos nosso suprimento estratégico", acrescentou. "Foi isso o que acertamos, para enviar a mensagem para os dois lados”.

Mas os membros da AIE têm opiniões divergentes sobre recorrer aos estoques de emergência nos países consumidores, disse Tanaka. Em caso de problemas, "há um interesse comum muito claro", afirmou Tanaka. "Num mercado muito apertado, mesmo uma pequena interrupção na oferta pode desencadear uma alta muito grande dos preços", disse. "Se este for o caso, deveremos ser mais flexíveis ou mais proativos no uso dos estoques?"

"Esta é uma questão interessante para nossos membros", disse. "Temos de ser cautelosos, não desencadearmos nós mesmos uma crise." Tanaka disse que há bastante petróleo no mercado e que a posição da AIE é ficar "stand by conforme o necessário", enquanto observa de perto a situação da Líbia.

A AIE terá de "avaliar cuidadosamente e discutir com nossos governos membros" sobre quando usar os estoques, um tema que será abordado na reunião do comitê executivo esta semana, afirmou Tanaka. A agência, enquanto isso, não está revisando sua previsão de oferta por causa da situação do Oriente Médio, mas está trabalhando para quantificar um cenário de interrupção para entender quanto dos estoques seria necessário.

"Digamos que se houver uma interrupção sustentada de forma significativa, então teremos de nos mobilizar. Temos de quantificar o gap e por quanto tempo ele continuará e então chegar a uma decisão", acrescentou Tanaka. A decisão depende em parte de quanto mais a Arábia Saudita está planejando extrair, ele disse.

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