PARA UNESCO, A AMÉRICA LATINA E O CARIBE ESTÃO PERTO DE UNIVERSALIZAR A EDUCAÇÃO PRIMÁRIA

Nações Unidas, 2 de março (EFE)- Um dos Objetivos do Milênio propostos em 2000 pela Organização das Nações Unidas (ONU) era fornecer educação básica de qualidade para todos, e, ao que parece, a América Latina cumprirá com a meta até 2015, data final do projeto. A informação está em um relatório apresentado nesta terça-feira (1º) pelo Escritório Regional da Unesco para a Educação na América Latina e Caribe, em Santiago, no Chile.

De acordo com os dados, já em 2008 a universalização do ensino primário alcançou 95% da população infantil na região da América Latina e Caribe, e quase 40% dos países alcançaram o objetivo -mais 20% estão perto de alcançá-lo. É o caso, por exemplo, do Brasil, aonde, se as políticas públicas continuarem na mesma direção que na última década, o número de crianças fora da escola diminuirá para 452 mil, 33% a menos que hoje.

Apesar do otimismo, a Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) diz que em 2015 “ainda haverá crianças analfabetas na região”, e que em alguns países, como Dominica, Jamaica e República Dominicana, as taxas de escolaridade ficam abaixo dos 95%, entre 76% e 82%.

Ainda assim, os números têm sido motivo de comemoração para toda a América Latina e Caribe desde 1999. Nesse ano, o número de matrículas no ensino médio aumentou 13% em toda a região. Em 2007, 86% das crianças que ingressavam no ensino primário terminavam seus estudos. E em 2008, apesar de dois milhões de alunos estarem fora das salas de aula, a proporção de adolescentes que cursavam o ensino médio era de nove em cada dez.

No período entre 1999 e 2008, ou seja, em menos de dez anos, também dobrou o número de matriculados no ensino superior em toda a região, que subiu para 20 milhões de estudantes - um dos ritmos de crescimento mais rápidos do mundo, passando de 21% para 38% dos jovens.

Com relação aos adultos, as taxas de alfabetização também aumentaram na América Latina e no Caribe, muito embora 9% da população adulta ainda fosse considerada analfabeta em 2008. Países como Equador e Nicarágua enfrentam problemas nessa área, mas, pelas projeções do relatório, Bolívia e Venezuela, por outro lado, estão no caminho de cortar a metade do analfabetismo entre os adultos.

Os Objetivos do Milênio foram instituídos em 2000 pela ONU para desenvolver o mundo como um todo. São oito metas que todos os países deveriam perseguir até 2015: acabar com a fome e a miséria; fornecer educação básica para todos; fazer existir igualdade entre os sexos e valorizar a mulher; reduzir a mortalidade infantil; melhorar a saúde das gestantes; combater a AIDS, a malária e outras doenças; fornecer qualidade de vida e respeitar o meio ambiente; e fomentar o trabalho em conjunto pelo desenvolvimento mundial.

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