OBAMA E SUA VIAGEM À AMÉRICA LATINA

14 marzo 2011

Fuente: Publicado por Estadao.com.br, Brasil

Sao Paulo, 14 de março- O presidente dos EUA, Barack Obama, seguirá para a América Latina esta semana. Isto se o governo não fechar suas portas antes. Ele estará levando mulher e filhas. Faz bem. Pelo menos haverá alguém com quem conversar sobre a viagem, que será mais interessante para sua família do que para a grande mídia americana, que quase certamente continuará concentrada em ladrões de lojas em Venice Beach e em maníaco-depressivos movidos a cocaína em Malibu.

Isto não quer dizer que a América Latina não é importante. Ela é. Só que os americanos estão tendo um problema sério de banda larga no momento e mesmo as questões hemisféricas mais vitais estão não conseguem ganhar ressonância.

Tampouco significa dizer que a viagem não é importante. Ela certamente tem valor simbólico e será significativa para vizinhos negligenciados em assuntos que abrangem uma ampla variedade de questões.

Claro, os EUA regularmente oscilam entre dar atenção demais e dar atenção de menos à região, e os latino-americanos ficam tipicamente descontentes com as duas atitudes. No que diz respeito à viagem -que passará por El Salvador, Brasil e Chile-, há uma questão geopoliticamente significativa: Obama apoiará a candidatura do Brasil a um assento permanente no Conselho de Segurança da ONU? Confessadamente, trata-se de uma questão simbólica.

Mesmo com o mais vigoroso apoio americano, os esforços do Brasil para conquistar um assento permanente no Conselho de Segurança passarão por um caminho mais longo, tortuoso e cheio de obstáculos. O presidente, no entanto, intencionalmente ou não, aumentou as expectativas dos brasileiros quando fez do apoio à candidatura da Índia a um assento permanente um elemento central de sua missão naquele país no fim do ano passado.

Há quatro países que são regularmente mencionados em uma reforma do Conselho de Segurança. Conhecidos como G-4, são eles Índia, Brasil, Alemanha e Japão. Há muito que os EUA apoiaram publicamente a candidatura do Japão. Na Índia, a declaração fez os brasileiros pensarem que agora chegou a sua vez.

Na verdade, mais de um brasileiro influente me disse que eles sentem que se Obama não expressar publicamente seu apoio à candidatura do Brasil, a viagem será um fracasso.