VENEZUELA DESCARTA AFETAÇÕES POR SAÍDA DA CAN
25 abril 2011
Fuente: Publicado por la Agencia Prensa Latina, vía Google Noticias
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Caracas, 25 de abril (PL)- Venezuela entra em sua primeira semana fora da Comunidade Andina de Nações (CAN), palco que seu Governo descarta represente afetações comerciais ou políticas.
Na sexta-feira última Caracas saiu oficialmente da entidade formada por Bolívia, Colômbia, Equador e Peru, o qual gera além de expectativa, vaticínios opositores de descalabro econômico.
"Não existe absolutamente nenhuma possibilidade de afetação, porque foram analisados todos os palcos e não há improvisações como alguns apressados dizem por aí", afirmou à televisão estatal o vice-presidente de Economia Produtiva, Ricardo Menéndez.
Segundo o também titular de Ciência e Tecnologia, se trata de um passo calculado há um tempo, que incluiu a revisão dos quase sete mil códigos alfandegários vigentes e de temas como o abastecimento e a inflação.
Também não há perigo de conflito com os membros da CAN, com os que se atingiram importantes acordos nas últimas semanas, apontou ao se referir a quando nesta segunda-feira Venezuela comece a transitar à margem desse organismo, cujas origens datam de 1969 em Cartagena, chamado então Pacto Andino.
Para Menéndez, a saída da CAN abre novas oportunidades de verdadeira integração e comércio justo, afastado da influência dos Estados Unidos e outras potências motivadas por um interesse único: dominar mercados.
Convênios bilaterais substituem a CAN
Venezuela trabalhou com os países da CAN instrumentos de cooperação bilateral para evitar qualquer dano.
Nos casos de Bolívia e Equador, resultou relativamente fácil encontrar convênios mutuamente beneficiosos a partir da afinidade política dos governos e a vontade comum da Aliança Bolivariana para os Povos de Nossa América (ALBA) e do Tratado de Comércio dos Povos.
Com La Paz e Quito, para além de manter as vantagens arancelarias, agregamos o elemento da complementariedade das redes produtivas, explicou o vice-presidente Menéndez.
De acordo com o dirigente, trata-se de aproveitar fortalezas de uns para neutralizar debilidades de outros, e assim avançar juntos para o desenvolvimento socioeconômico.
Com respeito a Bogotá e Lima, as partes assinaram prorrogações de 90 dias para as regras da CAN, para perfilar mecanismos de intercâmbio comercial.
No caso de Colômbia ajuda a postura assumida a sua chegada à Casa de Nariño por Juan Manuel Santos, quem tem tomado distância da política anti-venezuelana de seu antecessor, Álvaro Uribe.
Santos e Hugo Chávez sustentaram seu terceiro encontro em 9 de abril em Cartagena, onde ratificaram a decisão de potenciar os vínculos econômicos.
A extensão com Peru foi assinada em 15 de abril nesta capital entre o chanceler anfitrião, Nicolás Maduro, e seu par visitante, José García.
Esta prorrogação garante-nos uma margem de tempo para atingir um convênio sólido e de novo tipo, apontou Maduro.
Razões para deixar a CAN
Venezuela além de renunciar à CAN, denunciou em 2006 esse organismo, por considerá-lo alheio a seus princípios de integração, soberania e complementariedad entre os países.
Para o vice-presidente de Economia Produtiva, Ricardo Menéndez, há que partir para entender da posição de Caracas de recusar os Tratados de Livre Comércio (TLC) impulsionados por Estados Unidos.
"Os TLC são um engano, uma estratagema para que as potências encontrem mercados em suas recorrentes crises de superproducción, e Chávez desde o princípio foi bem claro sobre sua ameaça", explicou.
Teve países da CAN que deram esse passo (Colômbia e Peru), abrindo uma porta para a implosão ou ruptura do aparelho productivo interno, porque ainda que o livre comércio seja bilateral seu impacto nos outros membros resulta inegável, precisou.
Menéndez ilustrou o perigo identificado então com o caso de México.
"Com muito respeito, mas aí está o exemplo de México, cujo aparelho agrícola ficou devastado pelo TLC com Estados Unidos, e terminaram importando milho, apesar da sua tradição nesse setor", disse. Por sua vez, o chanceler Maduro relacionou a saída da CAN com o palco imperante em 2006.
Há cinco ano renunciamos à Comunidade Andina de Nações porque no continente reinava o neoliberalismo, o dogma do pensamento único, enquanto nós cremos no multilateralismo e a integração para além do comercial, sentenciou.