CEPAL: IED NA AMÉRICA LATINA E NO CARIBE ALCANÇOU US$ 112,6 BILHÕES EM 2010

Brasília, 5 de maio- A América Latina e o Caribe formam a região onde mais cresceu o Investimento Estrangeiro Direto (IED) em 2010, segundo relatório divulgado nesta quarta-feira pela Comissão Econômica para América Latina e Caribe (CEPAL). O documento mostra que esses países receberam nada menos que US$ 112,6 bilhões, o que representa um crescimento de 40% em relação a 2009. O movimento é o oposto do que ocorreu nas nações desenvolvidas, para as quais o fluxo de IED caiu 7% no ano passado.

Os dados da CEPAL mostram que o Brasil teve o maior destaque como receptor de investimentos na região. Foram injetados na economia US$ 48,3 bilhões no ano passado, o que representa um aumento recorde de 87% em relação a 2009. Em segundo lugar ficou o México, com US$ 17,7 bilhões, seguido pelo Chile (US$ 15,1 bilhões) e pelo Peru (US$ 7,3 bilhões).

A comissão destaca em seu documento que, graças ao desempenho do ano passado, a América Latina e o Caribe aumentaram sua participação mundial como região receptora de investimentos de 5% para 10% entre 2007 e 2010. As empresas locais também mostraram dinamismo no investimento. Essas companhias aplicaram a cifra história de US$ 43,1 bilhões, quadriplicando o valor registrado em 2009.

E o movimento não deve parar por aí. Segundo a CEPAL, espera-se que os fluxos de IED para a região mantenham a tendência de alta e cresçam entre 15% e 25% em 2011.

O relatório da comissão destaca ainda o papel da China como grande investidor nos países latinoamericanos e caribenhos. O país asiático alcançou a terceira posição como maior emissor de IED, perdendo apenas para Estados Unidos e Países Baixos. Os chineses injetaram mais de US$ 15 bilhões na América Latina e no Caribe no ano passado, sendo que a maior parte desses recursos foram destinados ao Brasil (7,3 bilhões). Os investimentos da China na região foram destinados principalmente ao setor de extração de recursos minerais (especialmente petróleo e derivados).

O total aplicado pela China em 2010 é maior do que todo o valor do IED destinado pelo país à América Latina e ao Caribe entre 1990 e 2009: US$ 9,5 bilhões.

A CEPAL, no entanto, adverte que os países da região precisam continuar desenvolvendo seus setores de pesquisa e tecnologia para diversificar o IED, que ainda está concentrado nas áreas de produtos primários.

"A participação da América Latina e do Caribe como destino dos investimentos com alto conteúdo tecnológico é ainda reduzida em comparação com outras regiões, ainda que se observe um aumento de projetos de IED em setores de tecnologia média-alta e associados à pesquisa e ao desenvolvimento", afirma o texto.

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