FMI ELEVA PREVISÃO DE CRESCIMENTO DA AMÉRICA LATINA

17 abril 2012

Fuente: Publicado por Noticias.R7.com, Brasil

Washington, 17 de abril (AFP)- O FMI (Fundo Monetário Internacional) revisou ligeiramente para cima nesta terça-feira (17) o crescimento das economias da América Latina e Caribe em 2012, para 3,7%, depois de prever 3,6% em janeiro. A nova previsão está em linha com um modesto avanço a nível mundial.

Para 2013, a região crescerá 4,1%, projeta o FMI, em uma tendência ascendente que demonstra solidez, apesar do entorno complicado que supõe a ameaça de uma recessão na Europa e um crescimento muito discreto projetado para Estados Unidos.

O fundo disse ainda, no relatório, que a política monetária do Brasil já foi relaxada e que os riscos de superaquecimento recuaram, o que não significa que o País esteja numa situação sem ameaças.

O crédito elevado e o crescimento das importações sugerem que os riscos de superaquecimento não estão completamente sob controle e poderiam ressurgir se o fluxo de capital retornar aos níveis anteriores.

O FMI prevê que a inflação no Brasil, medida pelo índice de preços ao consumidor, ficará em 5,2% neste ano e em 5% em 2013, em comparação com 6,6% em 2011. Para o crescimento econômico, a projeção é de expansão no PIB (Produto Interno Bruto, que é a soma de todas as riquezas do Brasil) de 3% em 2012 e de 4,1% em 2013.

O desafio dos países emergentes é calibrar adequadamente as políticas para gerenciar os riscos negativos vindos da zona do euro, de acordo com o FMI.

Ao mesmo tempo, essas economias devem tratar das pressões vindas de atividade forte, crescimento do crédito, superaquecimento, fluxos de capitais voláteis, preços ainda elevados das commodities e renovados riscos à inflação e às posições fiscais.

EUA

Para a economia americana, o fundo espera por um crescimento de 2,1% em 2012 – uma alta em relação aos 1,8% previstos anteriormente. Para 2013, a nova projeção é de 2,4%, contra os 2,2% estimados antes.

Apesar da leve melhora na projeção, o Fundo advertiu em seu relatório, divulgado em Washington, que o país deve solucionar o problema de sua enorme dívida, que ameaça a ainda vulnerável recuperação de sua economia.

A prioridade das autoridades americanas é alcançar um acordo e comprometer-se a uma agenda com uma política fiscal confiável, que dará uma via sustentável para a dívida de médio prazo.

De acordo com o FMI, até o momento, os Estados Unidos têm conseguido evitar o tipo de crise da dívida que golpeou a Europa, com um crescimento moderado que tem possibilitado certa margem de ação, apesar de as agências de classificação terem reduzido a nota da dívida americana.

A instituição alertou, no entanto, sobre a intensificação da polarização política referente à proximidade das eleições presidenciais, em novembro.

Para 2020, a dívida americana poderá elevar-se a 90% do total do PIB (Produto Interno Bruto, que é a soma de todas as riquezas do país), o que será "uma carga incomodamente alta", segundo o Fundo.