ÍNDICE PMI SITUA ZONA EURO A CAMINHO DE NOVA RECESSÃO

Lisboa, 23 de agosto- A atividade económica do sector privado da Zona Euro completou em agosto o sétimo mês consecutivo de desaceleração, um comportamento que aponta para uma nova recessão no bloco da moeda única no terceiro trimestre de 2012 – a segunda em três anos. É o que sugerem os números das componentes do índice PMI, divulgado esta quinta-feira pela Markit. A consultora sublinha que seria necessária “uma recuperação substancial em setembro” para alterar esta perceção negativa.

Nas palavras do economista da Markit Rob Dobson, citado num comunicado da consultora, o índice PMI (Purchasing Managers Index) relativo a agosto “reforça a visão prevalecente” de um regresso da economia da Zona Euro à recessão “durante o terceiro trimestre de 2012”.Alemanha e Zona EuroAs últimas estatísticas oficiais da Alemanha mostram que o crescimento do PIB do motor da Zona Euro abrandou no segundo trimestre de 2012. A economia alemã cresceu 0,3 por cento no trimestre de abril a junho, contra os 0,5 por cento dos três meses anteriores.

Num contexto de crise da união monetária, as exportações alemãs progrediram 2,5 por cento do primeiro para o segundo trimestre, ao passo que o consumo privado cresceu 0,4 por cento.

Esta semana o Bundesbank (banco central alemão) veio advertir para a possibilidade de o crescimento económico do país sofrer uma desaceleração acrescida no segundo semestre, dado o atual ambiente de incerteza.

A economia da Zona Euro teve uma contração de 0,4 por cento no segundo trimestre de 2012 face ao período homólogo.

“Vistas em conjunto, as leituras de julho e agosto seriam historicamente consistentes com o PIB a cair entre 0,5 por cento e 0,6 por cento trimestre após trimestre, pelo que seria necessária uma recuperação substancial em setembro para alterar esta perspetiva”, acrescenta o economista da consultora.

O PMI cresceu de 46,5 para 46,6 pontos de julho para agosto. Todavia, quaisquer valores abaixo de 50 equivalem sempre a contrações. Este indicador da Markit resulta de um inquérito a gestores de compra e tem em conta a produção, entregas, encomendas, inventários e níveis de emprego.

Os dados agora publicados mostram que foi no sector das manufaturas que a contração se revelou mais expressiva, ainda que o recuo da produção tenha abrandado relativamente ao mês de julho.

A componente de novas encomendas está em queda há já 13 meses consecutivos, embora tenha também recuado a um ritmo mais brando em agosto face ao mês anterior.

Já as novas encomendas para exportação sofreram a quebra mais acentuada desde novembro de 2011. Um dado que, na leitura da Markit, ilustra a “debilidade do mercado da Zona Euro”.

A reboque da desaceleração da atividade económica, com o fecho de fábricas do sector das manufaturas e de empresas de serviços, caiu pelo oitavo mês consecutivo o nível de emprego entre os agentes privados.

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