OIT: CRISE DO EURO AFETA O EMPREGO DE JOVENS NA AMÉRICA LATINA E ÁSIA

05 septiembre 2012

Fuente: Publicado por NE10.uol.com.br, Brasil

Genebra, 5 de setembro- O impacto da crise do euro está se propagando por América Latina, sudeste asiático e outras regiões e tem agravado principalmente a situação de emprego dos jovens, disse um estudo da Organização Internacional de Trabalho (OIT).

Em seu relatório, intitulado "Panorama Mundial do Emprego: Sombrias Perspectivas para os Jovens no Mercado de Trabalho", a OIT afirma que a taxa de desemprego entre os jovens se agravará em escala mundial, já que "o impacto da crise do euro se propaga das economias desenvolvidas para as emergentes".

"Paradoxalmente -diz Ekkehard Ernst, principal autor do relatório-, somente nas economias desenvolvidas a taxa de desemprego dos jovens baixará nos próximos anos".

A taxa de desemprego dos jovens nas economias desenvolvidas passará de 17,5% em 2012 a 15,6% em 2017. Antes da crise, em 2007, a porcentagem era de 12,7%.

Já para América Latina e Caribe, espera-se um ligeiro aumento de 14,6% (2012) a 14,7% (2017). No sudeste asiático e Pacífico o índice deve passar de 13,1% a 14,2% e no Oriente Médio de 26,4% a 28,4%.

A crise do euro afetará a América Latina e o sudeste asiático, reduzindo as "exportações destas regiões até as economias avançadas", em particular da Europa, diz o relatório.

Em cifras globais, o desemprego juvenil passará de 12,7% em 2012 a 12,9% em 2017.

Inclusive nos países onde são registrados sinais de recuperação do emprego, "muitos jovens terão dificuldades em encontrar um trabalho", adverte a OIT.

"Por exemplo, um operário da construção que perdeu seu emprego pela crise do setor imobiliário, não terá necessariamente a qualificação exigida em outros setores que oferecem trabalho", ilustra a OIT.

Segundo Ernst, "isso conduz ao desestímulo e a um aumento da taxa de NEET (acrônimo inglês que designa aqueles que não possuem nem trabalho, nem estão escolarizados, nem em formação)".

Por isso, apesar de as cifras não serem catastróficas, elas escondem uma realidade mais dura. "Boa parte do retrocesso da taxa de desemprego dos jovens (nas economias desenvolvidas) não pode atribuir-se a uma melhora do mercado e sim a uma desistência de muitos jovens que, desestimulados, acabam por deixar o mercado de trabalho", indica a OIT.

"Esses jovens não são contabilizados entre os jovens sem emprego", recorda o organismo.

Durante sua coletiva anual de junho de 2012, a OIT adotou uma resolução para combater o desemprego dos jovens.

Entre as medidas propostas, o organismo defendeu "o favorecimento de um crescimento rico em (criação) de emprego", "promoção de políticas macroeconômicas e estímulos fiscais" que facilitem o trabalho, assim como adotar "medidas anticíclicas", "ações para reativar o consumo" e "programas de emprego público", recorda a OIT.