DEPUTADOS ESPANHÓIS PEDEM QUE BRASIL FACILITE ACORDO ENTRE MERCOSUL E U.E.

06 junio 2013

Fuente: Publicado por MSN Brasil, vía Google Brasil

Brasília, 6 de junho (EFE)- O presidente da Comissão de Relações Exteriores do Congresso dos Deputados da Espanha, Josep Antoni Duran i Lleida, pediu que o Brasil assuma sua 'liderança' no MERCOSUL e ajude a 'destravar' a negociação comercial do bloco com a União Europeia (UE).

'Deixamos claro para o Brasil que gostaríamos muito que o país liderasse o MERCOSUL e pudesse reduzir as dificuldades para a realização de um acordo com a UE', afirmou o deputado espanhol em entrevista à Agência Efe em Brasília.

Duran i Lleida ressaltou que a 'Espanha tem um grande interesse nesse acordo'. Lembrou que há pouco mais de dois anos -apesar da oposição da França- seu país ajudou na 'recuperação do diálogo' entre os dois blocos, que, no entanto, não apresentou progressos.

Em sua opinião, o 'Brasil tem que liderar o MERCOSUL e, em caso dificuldades impostas pelos outros países do bloco, deve tomar atitudes para superá-las'.

O político espanhol insistiu que o 'Brasil tem que se abrir para o mundo porque é um país muito importante, que em poucos anos se tornará uma das principais economias do mundo'.

Duran i Lleida disse que a UE está disposta a dialogar, mas que 'é o MERCOSUL que cria dificuldades' e, principalmente, um país específico do bloco sul-americano, que preferiu não identificar.

Segundo ele, o 'Brasil não pode se deixar levar pelas dificuldades' e deve assumir sua liderança no bloco, sobretudo em um momento em que grandes acordos comerciais internacionais -que não incluem o MERCOSUL- estão sendo negociados.

As inquietações expressadas pelo espanhol são compartilhadas por alguns setores empresariais brasileiros.

A Confederação Nacional da Indústria (CNI) do Brasil publicou um relatório no qual sustenta que o país e os membros do MERCOSUL ficarão 'isolados' se não procurarem alternativas para assinar novos acordos comerciais, como outras nações da América Latina fizeram.

O relatório publicado ontem cita os acordos comerciais internacionais assinados recentemente e outros que estão em discussão, e conclui que o Brasil, Argentina, Uruguai, Venezuela e Paraguai estão 'à margem' dessas grandes negociações.

No documento, a CNI destaca a Aliança do Pacífico, bloco que reúne México, Colômbia, Peru e Chile, 'países que, juntos, são responsáveis por 35% do Produto Interno Bruto (PIB) latino-americano e por 3% do comércio mundial'.

Além disso, o relatório mostra que todos os países citados têm acordos de livre-comércio com os Estados Unidos e a União Europeia (UE), com exceção do Brasil, que tem apenas '22 acordos preferenciais, e, em sua maioria, de pouca relevância'.

O Brasil 'corre o risco de perder espaço em seus mercados exportadores se não entrar totalmente no jogo mundial de buscar novas sociedades no comércio internacional', afirmou a CNI.