APESAR DA DESACELERAÇÃO DO CRESCIMENTO GLOBAL, O COMÉRCIO SUL-SUL PERMANECE COMO OPÇÃO ESTRATÉGICA

09 octubre 2013

Fuente: Pegado da Web da BID

Washington, 9 de outubro- Nas últimas décadas, os países em desenvolvimento do Sul têm crescido a um ritmo superior ao dos países do Norte, provocando uma mudança no padrão de crescimento global. Para os países da América Latina e do Caribe (ALC), isso significou uma diminuição da demanda relativa proveniente de seus parceiros tradicionais e uma oportunidade sem precedentes de expansão do comércio com economias emergentes.

Essas tendências de longo prazo, bem como seu impacto sobre a região são documentadas e analisadas pelo BID no Monitor de Comércio e Integração 2013, uma série anual de informes que observa a evolução do processo de integração da ALC no sistema mundial de comércio, com base em dados disponíveis no sistema de informação INTrade. O relatório inclui indicadores detalhados sobre o recente desempenho comercial dos 26 países mutuários do BID, perfis de acordos de livre comércio vigentes na região e um anexo estatístico com dados individualizados por país.

O informe prevê que as exportações originadas nos países em desenvolvimento devem corresponder a mais de 50% das exportações mundiais em poucos anos. Além disso, o comércio Sul-Sul tem crescido mais rápido que o comércio global e já supera as exportações Sul-Norte. Este cenário se repete na ALC, onde quase todos os países observaram um crescimento mais rápido das exportações aos países do Sul que aos países do Norte, além de uma composição mais diversa e com maior participação de manufaturas.

Entretanto, o relatório também aponta para custos de comércio significativamente superiores para países do Sul. Ainda que barreiras tarifárias tenham diminuído devido à assinatura de Tratados de Livre Comércio, restrições não-tarifárias impostas por países em desenvolvimento têm impedido o aproveitamento integral de seu potencial. Do mesmo modo, gargalos gerados por deficiências de crédito e financiamento têm limitado as oportunidades de participação do setor privado no comércio Sul-Sul.

Ainda que o cenário econômico global apresente riscos de desaceleração dos países emergentes, é pouco provável que a tendência de longo prazo que aponta para o fortalecimento do comércio Sul-Sul seja completamente revertida. Em um contexto de incerteza sobre o panorama econômico mundial, o informe provê importantes dados para que a ALC possa utilizar as oportunidades comerciais com o Sul como uma opção estratégica para a diversificação de suas exportações.