PRENSA
A contribuição da ALADI à CELAC
Montevidéu, 5 de março (PL)- Uma das perguntas que aparecem, depois da realização muito bem-sucedida das primeiras duas cúpulas da CELAC, é como dinamizar com políticas concretas um mecanismo que transcenda e seja algo mais que um fórum ou um momento de encontro anual entre presidentes -questões que em si já seriam valiosas- e a elaboração de um conjunto de declarações sobre temas importantes da agenda regional e global, assim como reuniões periódicas ministeriais.
A outra pergunta é como aproveitar e otimizar o que já foi construído na região, tentando sistematizar e usar a experiência acumulada de vários anos pelos diferentes órgãos e mecanismos sub-regionais, considerando que esse seria a contribuição deles -guiados e conduzidos pelos países- ao melhor desenvolvimento da CELAC.
Nós que trabalhamos há vários anos nos temas de integração, sabemos o quanto é difícil conseguir coordenar ações e políticas públicas em um âmbito tão heterogêneo e diverso. Por isso que esta tarefa exige reflexões e debates complementares, ou seja, dedicar mais esforços coletivos, evitando a rotina burocrática de uma experiência que tem reunido um nível considerável de expectativas.
Nesse sentido, a definição de quais orientações, políticas e iniciativas podem contribuir de maneira concreta com os órgão que antecederam a CELAC na América Latina e no Caribe, é de importância vital.
No caso da Associação Latino-americana de Integração (ALADI), composta por 13 países latino-americanos -com a Nicarágua muito perto de entrar-, sua contribuição ao desenvolvimento do comércio é de importância inquestionável.
Basicamente devido ao postulado central da Associação de colaborar com a construção de um mercado interno ampliado que poderia ser conformado pelo conjunto de sub-regiões e países que conformam a CELAC.
Ainda, a partir de um enfoque multidimensional -isto é, político, energético, logístico, social e cultural- sabemos que é muito difícil avançar se não aumentar consideravelmente o volume de intercâmbio comercial, a conformação de redes de valor regionais e de uma estrutura produtiva que permitiria que os países participem mais competitivamente do mercado global, ao mesmo tempo que a própria região se fortalecer.
Será muito difícil avançar se as sub-regiões não se integrarem e conectarem mais, se não crescer o comércio intrarregional e se não há um esforço conjunto entre os Estados e empresas nesse sentido. Isto é, se não conseguirmos que o comércio contribua com a construção de uma comunidade de diversos interesses, onde todas as economias e os países se sintam beneficiados em participar mais ativamente da integração latino-americana e caribenha.
Com isso, queremos afirmar e fortalecer a densidade continental, concebendo a integração como uma combinação virtuosa entre as forças de mercado, as políticas públicas e a lucidez das lideranças dos países em perceber a importância de articular a América Latina e o Caribe como um importante bloco de poder, em um mundo incerto e de mudanças constantes.
Essa tarefa pode exigir, independentemente das orientações ideológicas, um compromisso maior dos países e dos governos que sentem com mais rigor e clareza essa necessidade.
Tais países poderiam ajudar na gestão para que os países latino-americanos que ainda não participam do órgão (Costa Rica, República Dominicana, El Salvador e Guatemala) se incorporem à ALADI, trabalhando ao mesmo tempo a favor de um sistema de priorização entre os países da ALADI e da região caribenha, permitindo articular o conjunto das sub-regiões que conformam a CELAC.
Assim, um bloco comercial de 13 países latino-americanos poderia abarcar a geografia comercial da CELAC e contribuir com a expansão do comércio e o aprofundamento das relações entre as sub-regiões.
Os países caribenhos poderiam estar representados na ALADI, a partir de suas próprios órgãos de integração e a partir do país que exercem a presidência temporária de ditos órgãos, neutralizando custos e burocracias.
Transformar a ALADI em um pilar econômico e comercial autêntico e eficaz da CELAC pode ajudar muito para que esse mecanismo tome corpo e comece a levar a cabo políticas que beneficiem todos.
A CELAC poderia contar em sua estrutura organizativa com organismos sub-regionais encarregados de diferentes temáticas e assim produzir melhores sinergias, evitando a duplicação de esforços e impedindo a burocratização e sobreposição de agendas, ou a percepção de que a criação e proliferação de órgãos caminha no sentido contrário ao fortalecimento da integração.
A contribuição da ALADI à CELAC
Montevidéu, 5 de março (PL)- Uma das perguntas que aparecem, depois da realização muito bem-sucedida das primeiras duas cúpulas da CELAC, é como dinamizar com políticas concretas um mecanismo que transcenda e seja algo mais que um fórum ou um momento de encontro anual entre presidentes -questões que em si já seriam valiosas- e a elaboração de um conjunto de declarações sobre temas importantes da agenda regional e global, assim como reuniões periódicas ministeriais.
A outra pergunta é como aproveitar e otimizar o que já foi construído na região, tentando sistematizar e usar a experiência acumulada de vários anos pelos diferentes órgãos e mecanismos sub-regionais, considerando que esse seria a contribuição deles -guiados e conduzidos pelos países- ao melhor desenvolvimento da CELAC.
Nós que trabalhamos há vários anos nos temas de integração, sabemos o quanto é difícil conseguir coordenar ações e políticas públicas em um âmbito tão heterogêneo e diverso. Por isso que esta tarefa exige reflexões e debates complementares, ou seja, dedicar mais esforços coletivos, evitando a rotina burocrática de uma experiência que tem reunido um nível considerável de expectativas.
Nesse sentido, a definição de quais orientações, políticas e iniciativas podem contribuir de maneira concreta com os órgão que antecederam a CELAC na América Latina e no Caribe, é de importância vital.
No caso da Associação Latino-americana de Integração (ALADI), composta por 13 países latino-americanos -com a Nicarágua muito perto de entrar-, sua contribuição ao desenvolvimento do comércio é de importância inquestionável.
Basicamente devido ao postulado central da Associação de colaborar com a construção de um mercado interno ampliado que poderia ser conformado pelo conjunto de sub-regiões e países que conformam a CELAC.
Ainda, a partir de um enfoque multidimensional -isto é, político, energético, logístico, social e cultural- sabemos que é muito difícil avançar se não aumentar consideravelmente o volume de intercâmbio comercial, a conformação de redes de valor regionais e de uma estrutura produtiva que permitiria que os países participem mais competitivamente do mercado global, ao mesmo tempo que a própria região se fortalecer.
Será muito difícil avançar se as sub-regiões não se integrarem e conectarem mais, se não crescer o comércio intrarregional e se não há um esforço conjunto entre os Estados e empresas nesse sentido. Isto é, se não conseguirmos que o comércio contribua com a construção de uma comunidade de diversos interesses, onde todas as economias e os países se sintam beneficiados em participar mais ativamente da integração latino-americana e caribenha.
Com isso, queremos afirmar e fortalecer a densidade continental, concebendo a integração como uma combinação virtuosa entre as forças de mercado, as políticas públicas e a lucidez das lideranças dos países em perceber a importância de articular a América Latina e o Caribe como um importante bloco de poder, em um mundo incerto e de mudanças constantes.
Essa tarefa pode exigir, independentemente das orientações ideológicas, um compromisso maior dos países e dos governos que sentem com mais rigor e clareza essa necessidade.
Tais países poderiam ajudar na gestão para que os países latino-americanos que ainda não participam do órgão (Costa Rica, República Dominicana, El Salvador e Guatemala) se incorporem à ALADI, trabalhando ao mesmo tempo a favor de um sistema de priorização entre os países da ALADI e da região caribenha, permitindo articular o conjunto das sub-regiões que conformam a CELAC.
Assim, um bloco comercial de 13 países latino-americanos poderia abarcar a geografia comercial da CELAC e contribuir com a expansão do comércio e o aprofundamento das relações entre as sub-regiões.
Os países caribenhos poderiam estar representados na ALADI, a partir de suas próprios órgãos de integração e a partir do país que exercem a presidência temporária de ditos órgãos, neutralizando custos e burocracias.
Transformar a ALADI em um pilar econômico e comercial autêntico e eficaz da CELAC pode ajudar muito para que esse mecanismo tome corpo e comece a levar a cabo políticas que beneficiem todos.
A CELAC poderia contar em sua estrutura organizativa com organismos sub-regionais encarregados de diferentes temáticas e assim produzir melhores sinergias, evitando a duplicação de esforços e impedindo a burocratização e sobreposição de agendas, ou a percepção de que a criação e proliferação de órgãos caminha no sentido contrário ao fortalecimento da integração.